Aqui é a Marcelle Xavier, iniciadora do Instituto Amuta, uma plataforma para transformar as relações através do Design. Tudo que fazemos no Amuta é fruto de muito estudo, e criei esse espaço para compartilhar as pesquisas e o processo por trás dos conteúdos e práticas criadas no instituto.
Quero começar contando uma novidade. Abrimos uma nova temporada do podcast Amor em Pauta. A Temporada PM acontece pós meio dia, e tem como objetivo realizar conversas com pessoas que nos ajudam a ampliar o olhar sobre o nosso contexto de mundo e como os fenômenos atuais influenciam as nossas relações. O primeiro episódio é uma entrevista com Vicente Góes sobre complexidade e relações. Tive váriossssss atravessamentos nessa conversa, para escutar clique aqui. E não deixa de me contar o que achou!
O texto de hoje foi criado com base nessa conversa.
Autoconhecimento é tudo!!! Você precisa se conhecer! Se você não se conhece, não dá para se relacionar! Você precisa saber o que você quer em uma pessoa.
Duas crenças perigosas que atrapalham nossas relações:
Quem eu sou independe de contexto e das relações.
Cuidamos das relações mudando comportamentos de indivíduos
Autoconhecimento é um processo vivo e encarnado, não é saber sobre si mesmo no sentido de ter mais informações sobre a minha pessoa. Tem um perigo, uma armadilha do autoconhecimento que é você acumular saberes, nisso vai se constituindo uma neurose do autoconhecimento, um aprisionamento no discurso que se desloca do fenômeno. (Vicente Góes)
Autoconhecimento não pode ser um diagnóstico narcisista do tipo "olha como eu gosto de saber de mim mesmo".
Eu sou uma personalidade tipo 7 no eneagrama, por isso ajo assim
Eu sou sagitariana por isso preciso disso.
Minha linguagem do amor é TOQUE, você precisa saber.
Nós vamos para as nossas relações com muita informação - nossos medos, traumas, condicionamentos, e isso nos atrapalha a viver a experiência e a se abrir ao que vai se revelar naquela relação específica. E aí a experiência fica muito comprometida porque ela não pode ser ela mesma. (Vicente Góes)
Eu nunca quis ter filhos, mas com essa pessoa fez sentido. Eu sempre vivi relações monogâmicas, mas com essa companheira quis viver a não monogamia. Eu me via como uma pessoa que resolve tudo na conversa, mas com esse grupo percebo que me movimento na ação.
Nossos gostos, vontades, preferências, personalidade também nasce no encontro, na relação.
Aplicamos uma visão reducionista quando lidamos com nossos conflitos como se a questão fosse individual e não relacional. Cada vez que nos frustramos na interação com o outro, podemos trocar a visão de “você está errada” por “o que esse desencontro revela sobre nós?”. É assim que incorporamos complexidade e adaptabilidade aos nossos relacionamentos.
Autoconhecimento na relação é ter coragem de se lançar numa experiência sem ter a informação e permitir que a informação emerja da relação através de uma linguagem que é cocriada. Porque a relação é isso, uma experiência cocriada. (Vicente Góes)
Não é sobre pessoas, sobre relações
Beijos e até breve com mais atravessamentos
Marcelle Xavier
PS: para escutar a conversa que deu vida a essa reflexão, chega aqui no nosso podcast
Demais essa reflexão! Não podemos usar o conhecimento de si como uma fatalidade... Nós existimos também em relação ao outro.